compre já o Livro da Expedição Raiz
Nosso livro narra uma jornada de 240 dias a bordo de um carro antigo e diante de uma pergunta: quais são as nossas raízes?
Esperamos que ele seja uma companhia para que você viaje não só pelo Brasil e suas paisagens e culturas, mas também pelas suas vontades de realizar um grande projeto de vida!
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Expedição Raiz
Esta é a história de uma jornada de 240 dias vivendo na estrada.
Dentro de uma Chevrolet Caravan 1976 adaptada na garagem, viajamos 24 mil km para conhecer o Brasil.
Uma grande viagem contada em 12 episódios. Um mosaico de paisagens, histórias e culturas de raiz.
Por Otávio Lino e Marcio Sanches
Somos dois caipiras lá de São Carlos, interior de São Paulo.
E da mesma forma que nos reconhecemos assim, espalhados pelo Brasil existem os caiçaras, os quilombolas, gaúchos, pantaneiros, ribeirinhos. E são tantas culturas, em tantas paisagens tão diferentes, que um dia decidimos conhecer o país com nossos próprios olhos.
Planejamos uma grande expedição: dar uma volta completa no Brasil em uma única viagem de carro. Estudamos por três anos cada detalhe da rota, nos equipamos, adaptamos um carro antigo na garagem de casa, e partimos.
Em oito meses rodamos as estradas de todas as regiões do país. Visitamos doze cenários de natureza impressionante. De florestas tropicais à regiões quase desérticas. Rios de proporções imensas, e dunas cinematográficas, montanhas e chapadas.
Em cada lugar, fomos ao encontro das culturas tradicionais. Das histórias antigas, das perspectivas dos seus moradores, da verdadeira regionalidade.
A sabedoria de personagens que transformam o Brasil em um grande mosaico de valores, crenças e manifestações artísticas.
Paisagens. Culturas. Histórias. A partir de agora, você irá acompanhar as experiências de uma expedição verdadeiramente raiz.
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Ela - nosso carro, nossa casa
O primeiro passo para que a expedição se concretizasse foi a construção, artesanal, de uma casa sobre rodas. Um carro que tivesse estrutura robusta e mecânica simples, e que coubesse no nosso orçamento.
Depois de uma longa procura pelo carro certo, compramos uma Chevrolet Caravan 1976. Um carro de tração traseira, sem frescuras no motor e muito resistente. No fim de um trabalho intenso de 4 meses "Ela" ficou pronta.
Por fora, deixamos o carro como se estivesse novo. Por dentro, praticamente o recriamos . Construímos bagageiros e uma despensa de comida para passarmos dias isolados. Projetamos suportes, adaptamos uma cozinha, escritório e quarto para ser possível viver no carro. Uma casa, completa e acolhedora, mas nem sempre aconchegante.
"Ela", o primeiro vídeo da série CineRaiz, mostra um pouco de como foi a reforma e adaptação do carro que nos levou por todo Brasil.
Doze lugares, um país inteiro
Partimos no início de Outubro e, a partir do litoral Sul de São Paulo, chegamos até as florestas e cavernas do Vale do Ribeira, onde conhecemos o centenário quilombo Ivaporunduva.
Seguimos viagem rumo ao Sul, para os cânions de Aparados da Serra, e um frio de 6ºC. Lá, estivemos em contato com a marcante tradição gaúcha.
A partir daí nossa jornada começou a "subir o mapa", em direção ao centro do país. No Mato Grosso chegamos em Poconé, e pela Transpantaneira alcançamos o coração do Pantanal. Uma paisagem intocada, entre a grande diversidade de animais e um estilo de vida típico da região.
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Fomos para Goiás e, no centro do Brasil, conhecemos as incríveis cachoeiras da Chapada dos Veadeiros. Lá, estivemos entre os Kalunga, um dos últimos refúgios quilombolas a serem desvendados no país.
Entramos na região norte, e enfrentamos nossos maiores desafios. Primeiro, o Jalapão e suas areias contundentes. Estivemos vinte oito dias quebrados, e fomos acolhidos pela população sertaneja local.
Em seguida, deixamos o carro em Belém do Pará e passamos 45 dias navegando nos rios da Amazônia, começando pelas praias do Rio Tapajós. Rios imensos e seus igarapés, e uma vivência única com seringalistas que tranformaram seu trabalho em arte.
Em nossa missão pelos rios da Amazônia chegamos ao ponto mais distante da viagem, a floresta inundada de Mamirauá, no Amazonas. Um exemplo de turismo comunitário entre os ribeirinhos indígenas e um instituto científico de ponta.
Da floresta para o mar, retomamos a estrada e fomos para as dunas e praias desertas dos Lençóis Maranhenses, entre pescadores artesanais e um cenário paradisíaco.
Levantando dinheiro vendendo fotos na rua, seguimos caminho cortando as estradas do nordeste do país até o Cariri Paraibano, impressionante e singular semiárido nordestino, com um povo forte em uma paisagem dura.
Com 200 dias na estrada chegamos na Chapada Diamantina, com suas cachoeiras monumentais e uma cultura muito viva nas ruas do Vale do Capão.
Próximos do fim da expedição, chegamos em Minas Gerais. Reencontramos amigos e caminhamos pelas montanhas da Serra da Mantiqueira. E, claro, descobrimos os segredos do queijo e da vida no campo.
Enfim, passamos os últimos dias em um dos cenários mais espetaculares do litoral do Rio de Janeiro, o Saco do Mamanguá. Foram 240 dias e uma jornada épica entre paisagens e personagens inesquecíveis.
A expedição que é raiz
Viajamos durante duzentos e quarenta dias dormindo em um carro adaptado. Atravessamos estradas em todas as regiões e paisagens do país. Enfrentamos muitas insalubridades, como morar 28 dias em uma oficina mecânica no interior do Tocantins. Passar 45 dias navegando pelos rios da Amazônia. Fazer o carro pegar no tranco do Maranhão à Minas Gerais.
Para sobreviver à travessia de um território tão grande nos acostumamos com as dificuldades. Dormimos dias a fio em postos de gasolina e cozinhamos onde houvesse uma sombra. Sem nenhum tipo de patrocínio, sabíamos desde o começo que não tínhamos dinheiro para terminar a viagem. E, por isso, vendemos fotos na rua (de onde levantamos mais de R$3.000).
Do começo ao fim, esta jornada só foi possível porque recebemos ajuda de muitas pessoas. A Pisa Trekking, operadora de turismo de aventura que nos colocou em contato com agencias locais em todo país. Mecânicos de automóveis que nos salvaram de enrascadas. Pessoas humildes que, com o pouco que tinham, nos ofereciam o que fosse possível para amenizar nosso cansaço. Fizemos grandes amigos, que nos ofereceram ajuda nos momentos mais difíceis. Descobrimos o Brasil e o brasileiro. Descobrimos a nós mesmos. Foram 8 meses intensos.
Cine Raiz IX
BRAVA GENTE
